segunda-feira, 8 de junho de 2009

Sociedade e Informação

A formação de grupos humanos estáveis sempre assentou na comunidade de interesses, na partilha de valores culturais e na combinação privilegiada entre os seus membros. Nesta medida, toda a sociedade humana é ao mesmo tempo, causa e consequência da circulação de informação. Durante milhões de anos a informação qualificada manteve-se circunscrita e local.
Os centros de produção eram restritos, os mecanismos de informação mantinham-se controlados e os destinatários eram constituídos por elites bem delimitadas. Pode, assim, dizer-se que a informação era um bem escasso cuja detenção estava na origem e sustentação de poder económico, cultural e político. A humanidade vê-se agora imersa num vasto oceano de informação, recurso não finito e em constante recriação, bem como na partilha de um universo de conhecimento sem precedentes, sendo, por conseguinte, desafiada a repensar-se globalmente nos seus domínios mais vitais de interesse. A intensidade da relação entre a sociedade e a informação surge com tal dinâmica que se convencionou chamar sociedade de informação ao novo paradigma de civilização. A sociedade de informação, está, pois nuclearmente determinada pelas forças da revolução comunicacional que as tecnologias comunicações digitais acentuaram. Estas forças induzem o aparecimento acelerado de novos consumos, diferentes indústrias e serviços, mercados globais sem paralelo na história.
Em conformidade, surgem todos os dias novos estilos de vida, distintos padrões culturais e intelectuais, formas de organização social e económica, diferenciadas, assim como uma premente solicitação de novas competências e formas de aprendizagem. Deste modo, a sociedade da informação não significa tanto um conceito do presente quanto uma ideia do futuro. A modificação dos contornos do nosso quotidiano não será sectorial; antes afecta a totalidade da vida em comum e, por isso, se considera como tendo um largo impacto social.
A Educação, como actividade eminentemente comunitária, terá de reformular-se para operar num mundo denso de informação, numa humanidade globalizada, numa diversidade cultural e numa economia sedenta de formas de aprendizagem ao longo de toda a vida (procura de novas redes de vivência comunitária). Sociedade e informação acabam por se confundir numa mesma e indiscernível dinâmica. Uma e outra são o produto do mistério da existência humana.

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